Anahi Guedes de Mello [1]

Trabalho apresentado no XII Congresso da ARIC (Association pour la Recherche Interculturelle), realizado em Florianópolis, Brasil, de 29 de junho a 03 de julho de 2009.

RESUMO

Apesar de algumas garantias legais dadas pela legislação brasileira, as políticas educacionais para a área da deficiência auditiva não têm dado conta de contemplar a diversidade de pessoas surdas. O objetivo deste trabalho é refletir sobre o conceito de “Cultura Surda”, especialmente em relação a como o uso desse conceito tem repercutido na Educação Inclusiva. Analisou-se primeiro a questão da deficiência sob o prisma dos dois modelos clássicos, o médico e o social, para em seguida dar ênfase ao caso da surdez. O central da experiência da surdez ou qualquer outra deficiência é a discriminação, o estigma, a opressão, os prejuízos e a exclusão, pois são elas que geram frustrações e infelicidade, não a realidade corporal ou funcional. Mesmo que o modelo social da surdez cumpra seu papel de despertar a consciência da sociedade ouvinte para que se leve em conta as especificidades dessa diferença, e as pessoas surdas se unam na luta em prol de mudanças que favoreçam a sua inclusão, por outro lado, não se pode cair no extremo de negar o corpo e a base biológica de uma realidade que as faz diferentes.